A minissérie “O que elas querem”, apresentada por Cris Barros e realizada pelo Mamilos em parceria com L’Oréal Paris, traz à tona questões fundamentais sobre a igualdade de gênero e os desafios que as mulheres enfrentam em diversas esferas da vida. Apesar dos avanços em termos de educação e participação política, a realidade para muitas mulheres no Brasil ainda é marcada pela desigualdade e barreiras que dificultam a conquista de seus sonhos e objetivos.
Avanços e Desafios
Nos últimos anos, o aumento da presença feminina em cursos superiores e a ascensão de mulheres em cargos de liderança são sinais positivos. No entanto, dados da ONU e do IBGE mostram que a desigualdade persiste, especialmente no mercado de trabalho. As mulheres, especialmente aquelas com filhos pequenos, enfrentam uma disparidade significativa em relação aos homens: apenas 54% delas estão empregadas, em comparação com quase 90% dos homens.
A maternidade, frequentemente vista como um fardo, é um dos fatores que impactam negativamente a trajetória profissional das mulheres. Muitas são demitidas ou se sentem forçadas a pedir demissão após a licença maternidade, uma vez que o mercado de trabalho, historicamente projetado para homens sem responsabilidades familiares, não oferece o suporte necessário.
A Voz de Ana Cláudia Silva
Ana Cláudia Silva, fundadora da “marcafra design”, é um exemplo inspirador de superação. Mãe de três filhos, ela compartilha sua experiência de conciliar maternidade e carreira, revelando as dificuldades e preconceitos enfrentados. Sua trajetória como empreendedora, que começou por questões de saúde e engajamento social, demonstra a força e a resiliência das mulheres em busca de seus objetivos.
Ana destaca a importância de representar a mulher negra na mídia e no empreendedorismo, trazendo à tona a interseccionalidade que amplifica as barreiras enfrentadas por mulheres de diferentes origens. A luta pela inclusão e reconhecimento no mercado de trabalho é crucial para garantir que todas as mulheres possam prosperar.
Maternidade e Carreira: Um Tabu Social
O estigma em torno da maternidade ainda é um tabu que precisa ser quebrado. Muitas mulheres sentem medo ao informar seus superiores sobre uma gravidez, temendo que isso prejudique suas carreiras. Essa mentalidade precisa ser desafiada, pois a maternidade é um direito social e deve ser vista como uma parte natural da vida profissional.
Estudos mostram que os homens frequentemente ficam mais tempo afastados por questões de saúde do que as mulheres durante as licenças maternidade, desafiando a ideia de que a maternidade é um fator limitante. A inclusão dos homens nas discussões sobre igualdade de gênero é fundamental para promover mudanças efetivas nas estruturas sociais e profissionais.
O Empreendedorismo Feminino em Ascensão
Diante das limitações do mercado corporativo tradicional, o número de mulheres empreendendo cresce significativamente. Elas buscam não apenas autonomia financeira, mas também um ambiente onde possam se sentir valorizadas e apoiadas. No entanto, as empreendedoras ainda enfrentam desafios únicos, como a falta de redes de apoio e o acesso limitado a crédito.
É essencial fomentar a criação de núcleos de apoio entre mulheres empreendedoras para que possam compartilhar experiências e superar barreiras financeiras juntas. O fortalecimento coletivo é uma estratégia poderosa para construir confiança mútua e abrir novas oportunidades.
Caminhos para a Igualdade
Para que as mulheres possam prosperar, é necessário implementar políticas públicas que promovam igualdade de gênero e criem um ambiente de trabalho inclusivo. As empresas devem adotar práticas que garantam que a maternidade não seja um obstáculo ao progresso na carreira.
Além disso, é crucial que tanto homens quanto mulheres reconheçam as responsabilidades familiares como parte do cotidiano, permitindo que todos tenham tempo para cuidar de seus filhos sem comprometer suas carreiras.
A minissérie “O que elas querem” traz à luz a luta contínua por igualdade de gênero, destacando as vozes de mulheres como Ana Cláudia Silva. A transformação começa com a conscientização e a disposição de todos — homens e mulheres — para desafiar normas sociais ultrapassadas. Somente assim poderemos construir uma sociedade onde todas as mulheres tenham a liberdade de perseguir seus sonhos e alcançar seus objetivos profissionais sem barreiras ou preconceitos.